Sexta-feira, 19 de Setembro de 2014

Saboreia cada instante

"Não te assustes com a quantidade de água, não tentes respirar! Fecha os olhos e deixa-te ir, saboreia cada instante, o frio, o medo, o desconhecido... Logo que sintas que já não há mais caminho para percorrer, que estás junto aos navios afundados de outras eras, pede auxílio aos fantasmas que ali rodeiam e com o fôlego que ainda te resta dança até às gaivotas, elas são as que melhor sabem quando já não há tempestade no mar."

 

/Costa Vicentina

 

Publicado por Alexandra Rosa às 09:34

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Quinta-feira, 18 de Setembro de 2014

Gosto quando...

"Quando gosto, dou tudo de mim. Faço os maiores disparates por quem me é importante. Quando amo, vou ao fim do mundo. Quando acho que me merecem, o meu muro desfaz-se. As minhas guardas desaparecem. As minhas precauções não existem. Dou-me a mim. Dou o meu tempo e perco todas as minhas defesas.

Quando amo, espero ser amada com a mesma intensidade, urgência e querer. Espero que os disparates sejam de parte a parte. Que as cedências sejam naturais e de ambos os lados. Só porque sim, só porque fazem sentido e apetecem. Quando amo só quero tudo.

Hoje, não sei ser de outra forma.

Quando amo, vou ao fim do mundo. Não posso tolerar que, por mim, não venham ao fundo da rua."

- Rita Leston -

/Costa Vicentina (Ricardo Reis)

 

Publicado por Alexandra Rosa às 14:07

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Quarta-feira, 17 de Setembro de 2014

Sei que às vezes ris - bastante

"Sei que às vezes ris - bastante

Mas nem sempre a vontade que está por fora é igual ao que se sente por dentro. Mas sei que ris, muito. E que tentas matar a tristeza com um sorriso. Acho que é assim que se matam as tristezas, com sorrisos. É isso que vejo em ti: um sorriso gigante por fora que amedronta a tristeza que vai por dentro, e é isso que faz sentido: em vez de nos deixarmos amedrontar com as tristezas, em vez de nos deixarmos cair, sorrimos. Às vezes mesmo por entre lágrimas sorrimos, e elas, com medo, vão-se embora (ou pelo menos afastam-se o suficiente para nos deixar sorrir). 

As lágrimas têm um poder de lavagem da alma, penso que seja para isso que servem, saltam fora de nós para lavar o que nos entristece. 

As lágrimas também dão alento, reconheço-lhes esse valor, dão força para o passo seguinte, às vezes só depois de chorarmos é que as luzes da vida se alumiam para vermos por onde temos de ir. 

Quantas batalhas não se ganharam depois de um choro? Quantas forças não se reuniram depois de derramadas lágrimas? Quantos caminhos não se desvendaram depois de enxugarmos as lágrimas que nos cobriam os olhos? Quantas mães não fizeram das suas lágrimas forças para que o mundo continue a avançar? Como conheceríamos a bonança se não houvesse tempestade? Primeiro tudo revolto, e, depois a bonança, a calmaria, que nos deixa ver para onde vamos. 
Deus não iria criar as lágrimas só para nos fazer tristes, se ele as criou foi para algo mais do que viver tristezas. 

Afinal também existe felicidade no meio das lágrimas, não é verdade?

Chorar faz bem quando chorar faz falta.

Sei que às vezes ris - bastante. Mas também sei que choras - quando precisas."

Sei que às vezes ris - bastante de Carlos Marcelino

/Costa Vicentina

 

Publicado por Alexandra Rosa às 14:11

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Quinta-feira, 11 de Setembro de 2014

Quando o sol se juntar ao mar

Negras como a Noite

Xutos & Pontapés

 

"Com mãos de veludo 
Negras como a noite 
Tu deste-me tudo 
E eu parti

 

Um homem trabalha 
Do outro lado do rio 
Com as suas duas mãos 
Repara o navio 
Está sozinho e triste 
Mas tem de aguentar 
Já falta tão pouco 
Para poder voltar

 

Vai ficar tudo bem 
Isso eu sei 
Vai ficar tudo bem 
Isso eu sei 
quando o sol 
Se juntar ao mar 
E te voltara beijar 
Só mais uma vez, só mais uma vez 
Só mais uma vez, só mais esta vez

 

Com adeus começa 
Outro dia igual 
Ficou a promessa 
Escondida no lençol 
Negras como a noite 
Vindas de outra terra 
As mãos de veludo 
Estão á sua espera

 

Vai ficar tudo bem 
Isso eu sei 
Vai ficar tudo bem 
Isso eu sei 
quando o sol 
Se juntar ao mar 
E te voltara beijar 
Só mais uma vez, só mais uma vez 
Só mais uma vez, só mais esta vez"

Publicado por Alexandra Rosa às 14:06

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Terça-feira, 9 de Setembro de 2014

Silêncio

"Assim como do fundo da música 
brota uma nota 
que enquanto vibra cresce e se adelgaça 
até que noutra música emudece, 
brota do fundo do silêncio 
outro silêncio, aguda torre, espada, 
e sobe e cresce e nos suspende 
e enquanto sobe caem 
recordações, esperanças, 
as pequenas mentiras e as grandes, 
e queremos gritar e na garganta 
o grito se desvanece: 
desembocamos no silêncio 
onde os silêncios emudecem."

Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra" 

 

/Costa Vicentina

 

 

Publicado por Alexandra Rosa às 16:11

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