"Não te assustes com a quantidade de água, não tentes respirar! Fecha os olhos e deixa-te ir, saboreia cada instante, o frio, o medo, o desconhecido... Logo que sintas que já não há mais caminho para percorrer, que estás junto aos navios afundados de outras eras, pede auxílio aos fantasmas que ali rodeiam e com o fôlego que ainda te resta dança até às gaivotas, elas são as que melhor sabem quando já não há tempestade no mar."
"Quando gosto, dou tudo de mim. Faço os maiores disparates por quem me é importante. Quando amo, vou ao fim do mundo. Quando acho que me merecem, o meu muro desfaz-se. As minhas guardas desaparecem. As minhas precauções não existem. Dou-me a mim. Dou o meu tempo e perco todas as minhas defesas.
Quando amo, espero ser amada com a mesma intensidade, urgência e querer. Espero que os disparates sejam de parte a parte. Que as cedências sejam naturais e de ambos os lados. Só porque sim, só porque fazem sentido e apetecem. Quando amo só quero tudo.
Hoje, não sei ser de outra forma.
Quando amo, vou ao fim do mundo. Não posso tolerar que, por mim, não venham ao fundo da rua."
- Rita Leston -
/Costa Vicentina (Ricardo Reis)
Negras como a Noite
Xutos & Pontapés
"Com mãos de veludo
Negras como a noite
Tu deste-me tudo
E eu parti
Um homem trabalha
Do outro lado do rio
Com as suas duas mãos
Repara o navio
Está sozinho e triste
Mas tem de aguentar
Já falta tão pouco
Para poder voltar
Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
quando o sol
Se juntar ao mar
E te voltara beijar
Só mais uma vez, só mais uma vez
Só mais uma vez, só mais esta vez
Com adeus começa
Outro dia igual
Ficou a promessa
Escondida no lençol
Negras como a noite
Vindas de outra terra
As mãos de veludo
Estão á sua espera
Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
quando o sol
Se juntar ao mar
E te voltara beijar
Só mais uma vez, só mais uma vez
Só mais uma vez, só mais esta vez"
"Assim como do fundo da música
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem."
Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra"
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